Sentimentos permanentes.
Um pingo de tinta em uma camisa, um pingo de tinta em uma pintura.
Um fio de cabelo voando solto por aí, um pedaço de matéria viajando pelo universo.
Um traço de uma memória feliz escapando, o rastro de um momento bom se apagando.
A batida do martelo, a reverência do budista; a saudação de um soldado, o brilho fugaz de uma vida.
Um fardo ensanguentado, um caminho sem rumo, uma opção sem razão.
Sonhos impossíveis viram a realidade do avesso.
A realidade do avesso vira sonhos possíveis.
O impossível é a mentira perdida na verdade, é o gole sem gosto, a opinião sem razão, a briga sem motivo, o relógio sem ponteiro. Faça.
O mundo mudou, a guerra mudou. A razão se perdeu em uma esquina, eu me perdi em uma taça de um vinho barato.
O mundo mudou, meu mundo mudou. Pessoas se foram, amores se quebraram, me quebrou; o néctar não tem gosto, o vírus se propagou.
O mundo mudou, o roteiro mudou, sob nova direção.
Atuação de mentira, holofotes apagados, cortinas rasgadas. Um teatro vazio.
Uma música perfeita, com uma sintonia estreita. Um teatro lotado.
Uma máquina em ação, palavras sem razão, objetivo incerto.
Palavras sem razão.
Razão sem discussão.
Discussão sem palavras.
Um ciclo retardado.