quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Coma

Noite amarga.
Ressaca de vida.
Manhã ensolarada.
Cegueira de brilho.

No escuro absoluto,
Os segredos se revelam.
Na luz que trilha os caminhos,
Os astros se congelam.

Nas ruínas afundadas,
Nas lagoas congeladas.
Nessa terra proibida.
Na profecia escrita.

Falastes com tom alto,
Calmo e gradiente.
Me concedia a missão,
Missão sem objetivos.

Com mistérios adiante,
Com silencio horripilante,
Com saídas distantes,
Me espera a missão.

Diante do altar,
Dorme minha paixão.
Diante do templo,
Habita a solidão.
Diante das máquinas,
Em repouso, o botão.

E no cumprir do amigo,
Eutanásia, solução.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Existência Absoluta

Fingir que fizemos, risos que ouvimos, vindo e indo para nossa consciência.
Nós estamos vivendo em um só. Não julgue um não, apenas queira recomeçar.
Tente existir. Quantas vidas gastaremos para aprender? Quantas mais palavras serão vindas a tonas para que possamos perceber o real?
Quando as peças tombam, percebemos o que, e quanto esta sendo desperdiçado.
E são nesses longos e terríveis intervalos de insanidade que me encontro, sentado ao sofá, ponderando.
Olhos que podem falar são valiosos. Mentes que podem abrir são raras. Mãos que podem esculpir são fortes. Bocas que podem pensar são invencíveis. Corpos que possuem sentidos são comuns.
Exista. Deixe de ser a silhueta em meio ao tempo, ou a caneta em repouso em cima da mesa do escritório de um engravatado qualquer. Seja o ápice da loucura, do viver, do existir, seja o pico da montanha do poder. Se você não lutar, ninguém irá tirar as espadas por você; e se por acaso arrumar um exército, a mente de um faz a de todos.
Então faça. Se um homem pode criar um mundo com dez dedos, você também pode. Pois não és nem um pouco diferente.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Inocência Amarga

Foi de repente que tudo se sentiu, tudo fez sentido, tudo se partiu. Lembro-me das desculpas, dos olhares, de tudo meu que tocastes e tudo meu que deixastes sua marca. Transformou tudo em um carnaval, e depois foi embora.
Vingar-me não irei, pois de experiência servistes, e agora o jogo já foi jogado, o futuro jogado fora, uma pedra atirada ao mar; uma chance sem porcento. Foi sozinho que varri os cacos do chão. Foi o fim.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Nascer

Viver.
Viver para conter,
Viver para ter,
Viver por prazer.
Morrer.

Morrer para crer,
Morrer para ver,
Morrer para ser.
Criar.

Criar o azul,
Criar o vermelho,
Criar o espelho,
Pra ver o sul,
Pra ver o ser.
Nascer.

Nascer pra viver?
Nascer pra morrer?
Nascer pra criar,
Criar pra nascer.
Nascei-vos!

Quê?

Pense!
Pense no bem
No vai e vem
No que tem

Busque!
Busque no bosque
Procure no poste
Em tudo, aposte

Mate!
Abate
Chá Mate
Cala-te!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Claro Viver

Hora de esquecer.
Esquecer o ruim, esquecer o tempo. Esquecer a morte, a dor. Esquecer o morrer, o perder. Esquecer o sim, o não; esquecer o tim, o tão. Esquecer o ritmo, a batida; criar a música, a saída.
Como aprender a esquecer? Como aprender a deixar? Como ir, vir, partir, voltar, começar, sair, pedir, apressar, sonhar; como amar?
Acreditar? Querer?
Como querer? Como lembrar?
Esquecer o que vem, o que vai. Esquecer o barco, deixá-lo no cais. Esquecer o grito, deixá-lo na paz. Esquecer o poder, o querer, o sonhar, o voltar. Esquecer o começar, o terminar, o chorar, o parar.
Continuar.
Lembre-se do sorriso turvo que se esconde na escuridão. Lembre-se da imagem oculta que se revela ao nascer do sol. O brilho que se esconde no túmulo. Esqueça.
Lembre do esquecer, esqueça do lembrar.
Esquecer do pesado, do leve. Do jogo, da neve. Esquecer do vídeo, da mídia. Esquecer.
Evaporar..

Evaporar..
Subir, ir.
Evaporar..
Descer, cair.
Evaporar..
Esquecer.

É hora de viver.

Livre

Braços transparentes.
Abraço gradiente.

Olhares vazios.
Sentimentos arredios.

Coma eminente.
Desilusão dormente.
 
Devaneio obscuro.
Retrato puro.

Dor.
Dor intrépida.
Dor.
Dor maléfica.

Passado.
Presente.
Passado.
Respectivamente.
Eu.

Começo.
Começo final.
Começo.
Começo fatal.
Começo.
Começo da vida.
Começo da ida.
Começo da volta.
Começo do fim.
Fim.
Fim da vida.
Fim da volta.
Fim da ida.
Fim do fim.
Começo.

Amargo.
Mente amarga.
Dor amarga.
Dó amarga.
Lágrima amarga.
Fim amargo.
Amargo.

Tempo,
incontrolável.
Passado,
irresponsável.

Silêncio.. Infesta todo o meu ser.
Arrepender.. Consome meu fazer.
Pensar.. Parar me faz parar.
Chorar.. Me faz renegar.
Sentir.. Morrer.
Morrer.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Escuridão (Vi)vida

A mente
Da gente
Mente
Momentaneamente;
Na hora
Agora
Aurora
Afora;
Luta.
Sem destino,
Rua.
Sem rumo,
Vida.
Sem turno,
Noite.

Noite

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ciclo Meu

Possível
Solidão
Frente
Verso

Vida além
Além da vida
Tem a vida
Já vivida

Problemas
Psicofísico
Companhia
Tirania
Bateria no zero
Inércia no cem
Preguiça no dez
Carregando, além

Tentando encontrar
a saída da vida.
Tentando escapar
da longa corrida

Corrida que cansa
que dá mal-estar
Aumenta a pressão
faz o coração parar

Oi amor,
tudo bem?
Tchau amor,
até nunca, meu bem.

Bom dia,
como vai você?
Silêncio

Amigos distantes
Amizade gradiente
De um lado, forte
Do outro, transparente

Vivendo o instante
Instante sem fim
Fim sem começo
Começo errante

Game over, no jogo
Game over, na vida
Game over, no azar
Espera.. ainda?

Bati
Entrei
Sai
Fugi

O final do começo
Que começa no final
Obviamente, tudo isso,
Paradoxal

Indo e voltando,
Na volta, indo
Indo, enquanto volta
Indo

Sentido

Sentimentos permanentes.
Um pingo de tinta em uma camisa, um pingo de tinta em uma pintura.
Um fio de cabelo voando solto por aí, um pedaço de matéria viajando pelo universo.
Um traço de uma memória feliz escapando, o rastro de um momento bom se apagando.
A batida do martelo, a reverência do budista; a saudação de um soldado, o brilho fugaz de uma vida.
Um fardo ensanguentado, um caminho sem rumo, uma opção sem razão.
Sonhos impossíveis viram a realidade do avesso.
A realidade do avesso vira sonhos possíveis.
O impossível é a mentira perdida na verdade, é o gole sem gosto, a opinião sem razão, a briga sem motivo, o relógio sem ponteiro. Faça.
O mundo mudou, a guerra mudou. A razão se perdeu em uma esquina, eu me perdi em uma taça de um vinho barato.
O mundo mudou, meu mundo mudou. Pessoas se foram, amores se quebraram, me quebrou; o néctar não tem gosto, o vírus se propagou.
O mundo mudou, o roteiro mudou, sob nova direção.
Atuação de mentira, holofotes apagados, cortinas rasgadas. Um teatro vazio.
Uma música perfeita, com uma sintonia estreita. Um teatro lotado.
Uma máquina em ação, palavras sem razão, objetivo incerto.
Palavras sem razão.
Razão sem discussão.
Discussão sem palavras.
Um ciclo retardado.