domingo, 9 de agosto de 2015

Solidão em ébrios tons

são alguns fantasmas
desvirtuados
dissimulados
do meu lado

ponteiros marcam
a pior hora
dos piores segundos
segundos
quebrados

abandone-me por realismo
esqueça-se do tchau
concentre-se no adeus

são ritmos
lentos
nítidos
pintados pelo ar
respirando tons
e absorvendo a felicidade

horários
só servem
agora
para marcar
a hora
que a lembrança
fez-se triste

as noites
são longas
e os dias
acordam cinzas
com o céu
chorando

a rotina
é a mesma
as almas
só envelhecem
e vão embora
passam longe

olheiras engravatadas
e ondas criptografadas
são avenidas engarrafadas
e bebidas derramadas

latas
fumaça
esqueiros
barbas
saltos
gravatas
gravatas

e eu
deixando a
vida me consumir
mais uma vez
pessoas pensantes
são infelizes

solidão
em ébrios tons