quarta-feira, 14 de junho de 2017

A Vida Aqui

As vezes eu me encontro meio que
Perdido

E às vezes eu percebo que
A vida
Realmente
É louca

Me questiono diariamente
Qual caminho seguir e
Pra onde eu tenho que ir e
Pra que que eu preciso seguir

As vezes eu olho para o céu e
vejo as almas que já foram
As almas que ainda vão vir
E os reinos que já foram ocupados

Tudo é tão igual
Como todas as paredes tem o
Mesmo material
Como todos os pisos
Nós seguram por igual
Como tudo é tão igual
Igual e igual
E igual

O mesmo se repetindo
Por planos e anos
Átomos e carbonos
São só seleções
No cardápio
Do universo
Periodicamente
Na tabela
De todos os
Cosmos

Os mundos
Se alinham
Pra te dizer
Que a superstição não existe
E os planos
Se orientam
Pra te dizer que
Aonde você quer ir
É aonde você nunca vai chegar

Nós temos no subconsciente
Aquele pequena faísca
Que nos diz que tudo isso
É por nada
Todo trabalho
Toda gravata
Sabe
Como tudo é tão banal
Todas as vidas
Tudo se salva
Alma é
Algo tão vital

domingo, 4 de junho de 2017

Dias Contados

Em outra realidade
Eu conheci você
Em outra realidade
Ficamos juntos
Era só
Eu e você

A gente cultivava o que sempre
Nos agradou
A gente compartilhava
O que sobrava do amor
E a gente se amava
Por completo

Eu me atirei no mar
Pra extinguir as chamas
Da dor que ficou
Quando você saiu pela
Porta
Eu desarrumei o quarto
Do jeito que estava na
Primeira vez
Pra ver se você
Voltava
Porque ontem
Eu sonhei
Com você
E hoje
Você ignorou
Meus textos
Meus poemas
Minhas fotos
E minhas mensagens
Você desapareceu
Como o nosso sol que se põe
Levou meu calor
E negro, ficaram os céus
Que não ecoavam mais
A voz dos deuses
Não clamava mais
A voz do passado
A voz do futuro
E o
Tempo
Congelou

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Lâmpada da Dor

Me dividiu
Me dividiu em dois
Me dividiu em dois e teve metade
Me dividiu em dois e conquistou ambas
Em um quarto tão escuro
Eu encontrei sua luz
Me cegou entre os planos
Me consumiu entre os uns

Desconstruiu minhas paredes
Fodeu todo meu calendário
E hoje me questiono se alimentar teu fogo
Foi o pior dos meus erros
Se acalentar sua alma
Foi o fim do nosso começo
Se segurar tua mão
Foi o precipício do castelo que eu
Construía
Só pra você

Os meus néctares mais profundos
Só você deleitou
Meu universo ao contrário
Você com palavras
Endireitou
Me perdi no seu abismo
Esperando sua chuva
Mas tudo que ecoou
Foi silêncio
Foi ausência
E eu me convencia que teus dias estavam
Cheios
Fartos
E foi na encruzilhada que você
Me pegou
Me amarrou vendado
Nas estrelas do amor
Infinitas e voláteis

Eu me desculpei todos os dias
Por ter sido quem sou
Não seria eu mesmo
Mas talvez
Só talvez
Eu ainda teria
Você

No teu mar
Na tua calma
Na tua onda
Nas tuas rimas
No teu ritmo
Na minha alma
E eu me soltei
Eu me afoguei
Eu transbordei

Na tua sincronia de
Palavras surdas
Eu vi o sol brilhar
Duas vezes
Mais fraco

Perdi o caminho
Como perdi o fôlego

Só me restou
Entregue
Na sua prisão
Na solidão
Sozinho no chão
Acorrentado em vão
No calabouço da sua traição

Você me tinha
Do melhor jeito
E você me tem
Do pior