No derramar da noite,
As esperanças são escassas,
O coração esta dolorido,
E o ar é poluído.
No voar dos pássaros.
As penas caem em meio ao vento,
Eu deitado só lamento,
O futuro violento.
A mente é o espelho,
Espelho que reflete a gente.
Reflete o ego e reflete os dentes.
Os dentes das engrenagens da vida.
Meu espelho que se quebrou,
Os meus cacos por aí deixou.
Os cacos agora queimados,
Tentam se encaixar,
Tentam voltar ao lugar
.
Os cacos podres que eu não varri;
Os cacos podres que eu perdi.
Os cacos podres que eu não esqueci.
Os cacos podres da minha memória.
Os cacos podres que refletem minha escória.
Refletem minhas doenças, minhas estórias.
Refletem minha dor, mostram minha tristeza.
Mostram minhas derrotas, minha incerteza.
Revelam a mais pura vergonha, vergonha de ser quem eu sou.
Vergonha de querer e não poder.
Vergonha de poder e não querer.
Vergonha de atirar e errar,
De nunca tentar, de nunca lutar.
O cheiro familiar pesa no cair da noite.
A energia se faz sentir pelos corredores.
A colher é levada ao pote, e trazida de volta pela vontade do paladar.
Os olhos momentaneamente olham para frente.
Os olhos agora avistam o corredor.
As orelhas agora ouvem os passos.
A boca agora pensa, a mente apenas se cala.
O sussurro que levou os sentidos embora.
O tiro que nunca acertou,
A palavra que nunca saiu,
O dia que nunca chegou.
O pensamento que nunca existiu.
Os sentidos que levam o sussurro embora.
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