o coração
é uma máquina com o poder
de destruir
e enganar
o próprio consciente
foram motéis
foram beijos
foram banhos
foram fodas
e horas e horas
na cama, no quarto
pedidos
lençóis
beijos
tapas
mordidas
chupões
tudo sem o medo
do amor
tudo sem a preocupação
de dormir com a mente em paz
o sol se esconde
revelando o céu como ele realmente é
as pessoas trabalham
os ponteiros
giram
a paixão queima
e queima cada milimetro da sanidade
e cada vontade
se vai com as cobertas
com o tabaco
com a nicotina
e cada pensamento flui
com cada letra
e cada palavra
vamos embora
agora
e não me tolero mais
não acordando
e sabendo que
a vontade de te ver
vem a tona a cada segundo que tento não me apegar
mais e mais
a cada virada do ponteiro
em cada passo que dou
em cada táxi que pego
é teu rosto que vejo
na janela
no reflexo
das poças
dos vidros
das janelas
de cada prédio nessa cidade
nesta insanidade
nestes pensamentos
cigarros e cigarros
transas e transes
mentes que mentem
sentidos sentidos
bocas que escutam
olhos que falam
e cada chama que destrói
cada mensagem que se vai
cada SMS
cada onda do WiFi
são esperanças
que tudo acontecerá de novo
e de novo
e mais uma vez
procurando nos lixos
nos becos e nos vícios
uma maneira
de poder sorrir
apenas uma gota
de poder ser feliz
não chorar
não escrever
apenas sentir
querer
poder
pensamentos voam longe
em cada esquina, uma imagem nova
em cada sina, um pecado escrito em prosa
mandamentos
e confissões
lençóis
a sós
cobertos de suor
e corações
cobertos de calor
são
apenas
momentos
para uns
e uma vida inteira
para outros
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