terça-feira, 11 de outubro de 2016

Metades

E como todas as noites, quentes com seus lençóis e frias com suas solidões.
Cigarros apagados contam minutos em décadas, e os olhos lacrimejam com a insônia que se jaz aqui.
Minha mente oscila entre planos de dormência e vida.
Coloco à mão sobre o peito e sinto meu coração bater e, por um momento, sou real.
A janela trincada mostra o mundo respirando do lado de fora daqui, dessa casa tão familiar, com as almas dos entes queridos ainda cantando e dançando pela sala. Bato palmas de leve para ver como é sentir a sensação da realidade.

O sol ainda
Raia teu olhar
Enquanto nasce no teu
Próprio ritmo e
Em teu horizonte tão
Belo

Essa cama fica maior sem você aqui, e eu nunca gostei de lugares grandes. Estranha e desconfortável sensação de esticar as mãos e não te encontrar. Dolorido é adormecer sem o teu suspiro.

Frias noites
Sem seu toque
É sinônimo de
Tortura
Para minha
Alma

Quebra cabeça que
Se monta sozinho
Com cada peça em seu devido lugar
Teu beijo me vicia mais do que
Qualquer droga
Teu abraço me esquenta demais
Teu toque me conforta
E tira
Meus medos e
Afasta o
Temporal

Quando chove
Tua chuva
Que me esquenta
E me sacode
Me estremece

Acordar do seu lado
Olhar você dormir
Qualquer coisa contigo
É privilégio para mim

Minha vida não passa de roteiro sem a tua direção

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