Tenho noite
E tenho dia
Do céu faço
Minha moradia
Tenho teto
E tenho chão
Sem rumo
Na multidão
A estrada é cinza
O caminho é turvo
A floresta, neblina
Nesse velho mundo
Sangue que foi derramado
Jamais será saciado
A vontade do
Assassino
Mata tudo e todos
No meu próprio
Cassino
A roleta aqui é russa
O dinheiro aqui não é Bellagio
Penso e reflito
Como deixei chegar a este estágio
Aonde os rios se encontram
É pra onde eu quero ir
Com o vento tão suave
Com o ambiente tão sóbrio
Mas tão ébrio de tudo benéfico
Jogando contra a morte
Dados rolam pela vida
Cartas postas sobre a mesa
Da esperança já esquecida
Me dão cartas tão podres
É, minha mão não está boa
Pra jogar nessa corrida
Que contra o tempo, voa
Não adianta mais procurar
Se eu olho pra todo lugar
E eu sei que
Relógios, eu não vou achar
Não tem dias
Nem mais noites
Não tem nuvens
Só açoite
Abate ao batedor
Drama de jogador
Milhões na mesa
Até as fichas sentem dor
Cassino que se joga
Que o ponteiro roda a roda
Dá sua própria roleta morta
Fico aqui pensando
Se um dia
As cartas virão boas
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