terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Brilho Corrupto

dentro de mim
e dentro de si
Dentro de ti
Existe algo bom

O vento que entra
Da janela, dá naquela
Sensação tão distante

O preço que cobra
Do apreço que enrola
Duas artérias
Coagula matéria
Viaja dimensões

Ilusão de dois corpos
Previsão para duas almas
Virarem uma só

Deito em meu leito
Feito de parapeito
Que impede o futuro
De ficar tão escuro

Observo tuas estrelas
Os ossos do universo
Piscando tão distantes
Brilhando pelo avesso
Pois já passaram anos
Mas vocês nunca desistiram
Viajam iluminando
Ruas no vazio

Ruas tão mortais
Que matam quem não se
Prepara

Não quero ser mais um
Numa molécula viajante
Num passado tão distante
Do presente que se faz

Só diminuindo sua alma
Que você descobre do que é
Capaz
De formar um mundo inteiro
De sentir todos os cheiros
Do vácuo que se forma
A cada momento feito

De todas as pessoas
Escolhi as que destroem
Me livrei das que constroem
Me passei por quem corrói
Pra achar quem me compõe

Quem sabe é você
Quem sabe eu não sei
Procuro em cada esquina
Uma placa que dita leis
Um sinal que indica vez
De quem vai me deixar sozinho

Eu sigo vivendo isso
Essa boêmia mal escrita
Eu disse tchau pra quem amei
Disse oi pra quem odeio
Só tentei me passar
Por mais um lobo no cordeiro

Mas todos eles
Querem ser o tal
Pastor

Mal sabem os coitados
Que todo pastor
Tem seu deus

E mal sabem os deuses
Que toda criatura
Na nossa raça
Não se cansa de
Poder
Ter poder

Assim
Que morrem
Os deuses

Nenhum comentário:

Postar um comentário