quinta-feira, 6 de abril de 2017

Incógnita Ansiosa

Esse monstro me come todo
Essa vida me escapa inteira
Penso em noites que passei
Com pessoas que amei
Penso em noites que
Passarei

O que é que vem agora?
O que acontece em vão
É o que enxergo nas mãos?
Enquanto escrevo com essa dores
A ponta do lápis, é essa cor
Âmbar tão vinho
Cevada tão escura

Penso se você vem
Com teu sorriso
Que me abre
Novos caminhos
Penso quando você vai
Mas não quero que vá
Quero que fique e
Que me beba e
Que me tenha
Mas que me tenha
Por inteiro

Enquanto minha mente dança
Com o álcool que ainda se processa
Enquanto minha alma pareia
Com os sentimentos do universo
Deito aqui nesse aperto
Que me traz incompleto
Me disfarço de paz
Pra ver se essas dores
Aqui jaz
Mas não faz
Não faz
Não hás questão
Que calcule essa incógnita
Isso me puxa e
Me suga e
Me força a esvaziar
Outra garrafa
A fumaça me esconde
Mas só por dez minutos
Penso se daqui a um tempo
Vou me encontrar
No tempo absoluto
De agir
Mas ajo
Com dedicação
Pelo futuro
Do meu relógio
E da minha condição

Espero que um dia
As flores
Floresçam
Novamente

Um urso agora
Me abraça
Uma borboleta
Me disfarça
Entre todas as árvores
Me encontro no chão
A luz que se apaga
Abre meu caixão

E voo
Voo pelos céus tão carnívoros
Que engolem rios e vomitam bichos
Mares guiam minha direção
Respiração ofegante
Névoa alucinante
Me amarga o coração
Sinto vida em seus sons
Cito músicas
Sem nenhum refrão
Lembro das coisas que me fizeram
Um dia, viver sem vão

As peças se colocam
Futuros que me chocam
Mas qual o resultado
Dessa equação?
Mordendo os dentes
Fechando as mãos
Punhos prontos
Para defender
Outra condição

Sombras passam
Sombras vão

Mas quando é
Que as flores
Florescerão
Novamente?

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