terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Impasse Coração

As vezes eu me
Pego observando
O abismo do céu
Viajando as estrelas
Os ossos do universo
Afinal,
Pra onde que é
Cair?

E pra onde vão esses
Sentimentos, essas
Vontades, esses
Inteiros fragmentos
Relutantes tormentos
Que querem viajar outras
Dimensões

Tenho mesmo que esperar a luz?
Ou abro a janela
E risco o anoitecer?
A lua e teus "qual vai ser"?
Tão solitários e tanto

Nas masmorras que me abrigo
Eu vi de longe, despido
Um Deus pedindo perdão
Eu o alcancei minha mão
E nada mais era
Do que a própria
Solidão

As desculpas por nós deixar tão só
O perdão por nós fazer tão presos
A redenção por nós trazer tão desfeitos
Não levantar da cama
Se tornou um aconchego

O álcool não me traz pra casa cedo
Mas chegar sozinho
Me deixa esse desfecho
Cama mal feita
Sorriso imperfeito
Com essas imperfeições que me mostram
Que o paraíso só existe
Nos desenhos

Melancolia de cada gole
Tormento de cada trago
Infinitos lados
Me trazem em cada elemento
Compartilhados no meu átomo

Hoje eu dormi demais
E queria ter levantado cedo
Lavei a louça e voltei pra cama
Mandei mensagem e fiquei com medo
O motivo seco e reto
O mesmo pelo que
Eu guardo meu dinheiro

Afinal, já não sei mais ser eu
E tento a cada dia mais
Passar batido pelos meus medos
E alçada segundo a distância
Dos meus desejos
Cresce mais

Mas como toda
História de vida
Quebrada em versos
E nem sempre
Com rima

Com esse
Descaso
Em cada
Passo
Paço de arcos
Me iluminam
E se desviam
Me desfia
Desavisado
Passo largo
Procurando
Um novo
Carinho

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Horário Só

Eu não tenho mais essas vontades
De ficar correndo atrás
Nem se for pra conquistar
Os mais belos quadros
Pintados com
Os mais belos pincéis

Essa energia social
Já não vive mais
Por aqui

Questão de ir e vir
Prefiro morar no meu próprio ninho

E quem quiser
Que o visite e o faça
De lar