As vezes eu me
Pego observando
O abismo do céu
Viajando as estrelas
Os ossos do universo
Afinal,
Pra onde que é
Cair?
E pra onde vão esses
Sentimentos, essas
Vontades, esses
Inteiros fragmentos
Relutantes tormentos
Que querem viajar outras
Dimensões
Tenho mesmo que esperar a luz?
Ou abro a janela
E risco o anoitecer?
A lua e teus "qual vai ser"?
Tão solitários e tanto
Nó
Nas masmorras que me abrigo
Eu vi de longe, despido
Um Deus pedindo perdão
Eu o alcancei minha mão
E nada mais era
Do que a própria
Solidão
As desculpas por nós deixar tão só
O perdão por nós fazer tão presos
A redenção por nós trazer tão desfeitos
Não levantar da cama
Se tornou um aconchego
O álcool não me traz pra casa cedo
Mas chegar sozinho
Me deixa esse desfecho
Cama mal feita
Sorriso imperfeito
Com essas imperfeições que me mostram
Que o paraíso só existe
Nos desenhos
Melancolia de cada gole
Tormento de cada trago
Infinitos lados
Me trazem em cada elemento
Compartilhados no meu átomo
Hoje eu dormi demais
E queria ter levantado cedo
Lavei a louça e voltei pra cama
Mandei mensagem e fiquei com medo
O motivo seco e reto
O mesmo pelo que
Eu guardo meu dinheiro
Afinal, já não sei mais ser eu
E tento a cada dia mais
Passar batido pelos meus medos
E alçada segundo a distância
Dos meus desejos
Cresce mais
Mas como toda
História de vida
Quebrada em versos
E nem sempre
Com rima
Com esse
Descaso
Em cada
Passo
Paço de arcos
Me iluminam
E se desviam
Me desfia
Desavisado
Passo largo
Procurando
Um novo
Carinho
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