Eu ando divagando
E eu vôo pelos cantos
E eu vou pedir ao ar
Que me voe até você
E eu vou pedir ao mar
Que me navegue até você
Na incerteza dessa lua
A caminhada anda escura
E o futuro ainda oblíquo
Essa neblina me ofusca
Então me diga, amor
Se essa agonia vale a pena
E o vale ainda é nosso
Para conquistar
Se os dragões ainda
Vão cantar
No nosso
Altar
Se o mais puro dos momentos
Transparecem sentimentos
Vivo eles toda hora
Te sentindo na flor da pele
Tuas borboletas no meu jardim
Com teu pólen tão doce
Espero o doce ser real
Me leva pra longe
Me leva distante
Me manda tua rua
E me espera lá fora
Me fala bastante
E me diz nessa hora
Se os ponteiros que sigo
Por você
São certeiros como a flora
Que você fez crescer
Aqui
Na minha barriga
Que nessa floresta de intriga
Você trouxe a paz e
Eu sinto as borboletas
Mais uma vez
Eu só fico tão confuso
Na ansiedade dessas terras
Se encurtarem em metrôs
Para eu ir te ver a pé
É que sempre que eu me dei
Eu voltei despedaçado
E você plantou aqui
Outra árvore sem galhos
Cresce reto e concreto
E por mais que eu a cuide
O machado sempre vai estar
Na tua mão
E o que me assusta é o não
E também peço desculpas
Mas em todas essas lutas
Eu nunca saí
Vitorioso
Só quero a lua nos nossos olhos
Enquanto cê tá do meu lado
Minha garganta dói
E sinto meus dias contados
E essa dúvida de estradas
Dos atalhos das quebradas
E da sarjeta sem indicação
Eu sigo reto
Em tua direção
Sem placas a me distrair
Pra discansar, eu acampo aqui
Sabendo que o sol que se põe alí
É aonde você está
Os teus olhos da cor do mar
Seu cerúleo tão belo
Eu quero mergulhar
E esse momento emo
De tantas palavras tocantes
Podem te fazer enjoar
Mas é tão belo isso aqui
Te dizendo o que senti
Quando pensei em teu olhar
Nesse teu céu azul
Eu quero naufragar
E nos teus lábios molhados
Eu vou viajar
E de tanto enrolar
Já deu pra perceber que
É inefável o que eu sinto
Por você