quarta-feira, 2 de maio de 2018

Pânico Figurado

Vejo as paredes e
Tudo muda de lugar
Vejo as pessoas sem
Saber aonde vão parar
Mesmos certos do fim

E eu viajei nas estrelas
Só pra ver o azul do mar
De cima eu vejo o fundo
Do universo estrelado
Estampado com teus olhos

Nessa bússola orgânica
Que me faz viajar
Compasso natural que eu
Perco todo o meu fôlego pra
Luz do luar

E eu vejo o sol
E o horizonte
De leve a se apagar
O vermelho que traz a noite
E ao alaranjar
Me fez renascer

Mas eu sossego o sossêgo
Nego meus desejos
Pra poder me acostumar
Com o calor dos teus beijos
E o sabor do teu leito
Enquanto seu templo está
A balançar
Com os corpos suados
E esse amor embriagado
Que nos conquista em cada
Canção de ninar

O lençol molhado
E a gente acordando
Fodendo em cima de toda essa roupa
Me traz lembranças
Das breves mudanças
Que eu cometi por medo do erro
De não ter mais você

Mas nesse breve jogo
De ansiedade e sufoco
Eu sempre espero o pior
Pra decepção
Me abordar com a indecisão
Se vai ir ou vai ficar

Escondendo meus medos
Revelando segredos
Com medo de nos apartar

Mas como toda a história
Escrita na minha glória
Esse conto vem a retornar

O medo do cego
Que vê melhor com os ouvidos
E o pavor do clérigo
Com seu arquebusto rendido
É outra batalha que já tem seu fim

Como o Ragnarok
Eu previ minha sorte
Me tranquei no malote
Encadeei todos só cofres
Pra ver se você vinha me libertar

O tesouro escondido
Esse receio perdido
Ainda existem aqui
Em algum lugar

Sempre revejo essa história
Rindo lágrimas tristes
Tristeza essa que sempre
Vem
Me assombrar

Num vilarejo secreto
Misterioso alfabeto
Sou obrigado a aprender a falar
Suas línguas e
Maneirismos
Pra ver se eu finalmente consigo
Encontrar aquela que um dia
Realmente
Vá ficar

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