Ele me recebeu bem, ao dizer:
"Sem pressa e pra sempre.".
Ele, que me faz sensato, ponderado.
Ele, que me mantém vivo.
Amá-la-ei.
"Erlebnisse: as experiências positivas e/ou negativas que sentimos profundamente e que, através dessas, vivemos." Gosto de escrever meus pensamentos e sentimentos em forma de poema. Não sou o melhor escritor do mundo, nem pretendo ser, mas metáforas são lindas e são uma boa forma que eu encontrei pra me expressar. Bem vindos:
Ele me recebeu bem, ao dizer:
"Sem pressa e pra sempre.".
Ele, que me faz sensato, ponderado.
Ele, que me mantém vivo.
Amá-la-ei.
Num mar de estrelas.
Deito-me, num mar de estrelas.
O brilho, do mar de estrelas.
Andando junto a mim, te vi.
Afundei-me, no mar de estrelas.
Os trens nas ruas, as pessoas negativas.
O céu de íris, o carro nadando,
No mar de estrelas.
E eu boiando, no mar salgado.
O cérebro explode.
O chão desfia.
A faca se corta.
O ladrão denuncia.
Os barulhos desfiguram,
O árduo grito de socorro.
No apitar do relógio,
Não penso, apenas corro.
As fotos estão até vivas.
Vivendo em todo canto.
Todo mar, todo santo,
Todo bar, todo pranto.
As fotos estão até mortas.
Um dia frio no inferno aqui dentro.
As nuvens jorram sangue de desespero.
As pontes quebram com o morteiro.
Aqui dentro.
Muitas chances eu já tive,
De ser feliz na vida;
Muitas chances eu tenho,
De subir na caída.
Mas devo eu tentar?
Tentar conquistar?
Ou com pedras vou errar,
Aquela janela no topo do mar?
Eu quero parar de sonhar.
Quero deixar de ser cego.
Quero poder abraçar,
Essas pessoas direto.
Lembranças e lembranças..
Imagino sentir o calor de suas costas no meu peito, enquanto meus braços te envolvem.
Enquanto estou aqui deitado, num colchão no chão, de frente para o sofá.
Vejo você.
Do outro lado, deitada; olhando para mim.
Coloco minha mão na parede, e sinto a fria tinta seca. Enquanto imagino você, do outro lado, juntando sua mão a minha e entrelaçando os dedos com os meus. Ah, se eu pudesse sentir o calor do seu corpo assim.
O pranto vem encharcar o travesseiro e embasar o teu semblante.
O teu lindo semblante, que se esvai com a tinta amarela. E minha mão, fria de novo.
Amarga solidão.
Mesa de pedra.
As bebidas postas.
O xadrez. A briga de um elemento.
A noite cai, porem não promete nada.
Copos e copos, por pessoas e pessoas.
Ah, como tudo é muito estranho. Ainda me pego pensando.. Em tudo.
Pensando em você.
Afinal, o que é.. Viver?
Apenas existir? Apenas fazer?
Apenas amar, beber, fumar, foder, se divertir; apenas viver? Apenas se ver?
Apenas pensar, criar, imaginar, fazer, ter, realizar?
Paradoxal e complicado.
Como que se salva quem já morreu?
Como que se pinta o que nunca existiu?
Como que se vai se não tem o vem?
Como que mede sem o mal ou o bem?
Como que se sabe se não for além?
Sem fazer o ritmo, não existe a música.
O que desce,
Sobe;
O que sobe,
Cai.
Assim continua a vida,
O ciclo,
A corrida.
A vida.
A cada degrau,
Uma saída.
Um cheiro.
Uma ferida.
A escada da vida.
Eu me lembro.
A cada gota dessa chuva,
Eu me lembro..
Onde o sol já não brilha mais.
Aonde as nuvens são negras.
Eu me lembro.
Das conversas,
Eu me lembro.
Dos olhares,
Eu me lembro.
Do vinho, dos maços, das desculpas..
Ah, sim; eu me lembro.
Caminhando por aí, cantando por aí.
Os carros, os caminhões, as esperanças..
As esperanças.
Afinal, o que é esperança?
É esperar que algo vá acontecer? É não querer mais ficar sozinho?..
Ter esperança, muda alguma coisa? Muda alguém? Muda você?
A coisa certa... Qual é?
A esperança.
A... Esperança..?
Ataque.
Queime.
Destrua.
Construa.
Renove.
Melhore.
Piore.
Estoure.
Escolha.
Morra.
Enterre.
Espere.
Venere.
Beba.
Fume.
Esqueça.
Ciúme.
Amadureça.
Cabeça.
Olhe.
As fotos; chore.
Os olhos; canse.
A mente; balance.
O lance.
Relance.
Alcance.
Dance.
Na noite.
Explique.
O fim.
O trance.
Calmo, calmo.. Como o efeito do tabaco.
Cinzas que voam em todo lugar,
Prazer que não dá pra largar.
Fumar, fumar.
Acalma os funerais, ameniza o stress.
Mata os neurônios, um por um.
Te faz relaxar, te faz querer mais,
Fumar.
Mas por quê?
Por qual razão, por qual ocasião?
Apenas por prazer? Eca!
Você paga para se matar!
Calado!
Apenas comece a fumar, e você vai entender.
Sem perguntas, apenas prazer.
Fumar.
Isso me destrói.
O de repente, me destrói.
Sem essa; agora mais essa.
Era só o que me faltava.
É como ser consumido por você mesmo. É como não ter aonde cair. É como não mais poder sentir a chuva. É como ser uma bomba relógio sem hora pra explodir.
Chore agora, chore.
Sinta o calor do arrependimento. Sinta a mágoa, e o gosto das lágrimas.
Sozinho, estou eu. Com muito a desejar.
Você percebeu? Já?
Tantas coisas para lhe falar. Tantas coisas para lembrar..
E a nossa lista para encher.
Tão distante..
De mim.
Com os oceanos, navegamos.
Com os amigos, beberemos.
Ainda sinto falta do travesseiro com teu cheiro, da parede com teu nome, da bebida com seu gosto.
Do tempo com você.
Tão distante.
O tempo, as águas, o sol.
Estou tão distante,
De mim.
Estás tão distante..
De nós.
Venha para nós.
Novamente, a sós.
Com o vinho, com o calor.
Na madrugada fria, no interior.
Na cama, nós.
Só nós.
Com o ouvido no travesseiro,
Escutando o coração.
Deitado sozinho.
A só.
Em repouso, com um vinho.
Dominado por sua voz.
Sua respiração, sua voz.
Na minha cabeça.
Da onde vim.
Pra onde vou.
Na estação errada,
O trem parou.
Ah, não..
Baldeação.
Era só o que me faltava.
Uns quilômetros de chão!
Enquanto ando por aqui,
Me pego pensado em ti.
Só quero chegar, beber;
Dos problemas esquecer..
Esquecer,
Do passado, das mortes,
Dos funerais, qu'eu não fui.
Dos choros, das brigas,
Das lutas perdidas.
Da humanidade vendida.
Oh, minha querida..
Que saudades que sinto;
Saudades.
As ruas entorpecidas,
Sem o GPS na mão.
Passeando pelas avenidas,
Sem direção.
Eu bato as cinzas,
Com o vinho na mão.
O vinho barato,
Que traz a solidão.
O que me mata,
É minha imaginação.
Que te traz ao meu lado,
Andando, chão por chão.
Entre os prédios,
Pelas ruas.
Sem amigos.
Solidão.
Oh, solidão..
Eu já me cansei,
De sempre sozinho, ficar.
Ficar por aí,
Sem alguém pra conversar.
Me escrevi pelas calçadas.
Me deixei num bar qualquer.
Me desenhei nos papéis.
Me larguei no rodapé.
Me enterrei na garrafa de uísque.
Ainda assim, eu não saio de mim.
O sol.
Que passa pelos ares,
Que corta o horizonte.
O sol.
Coisa linda de se ver.
Coisa linda de sentir.
Tempo bom para suar.
O sol.
Que ilumina tudo e todos.
A via láctea, quase inteira.
A lua.
Que traz os calafrios.
Com os gritos nos travesseiros.
A lua.
Iluminando a escuridão.
Testemunhando os assaltos.
Nos becos mais medonhos.
A lua.
Como seu rosto pálido.
Que chora toda noite.