quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Oco

Da onde vim.
Pra onde vou.
Na estação errada,
O trem parou.

Ah, não..
Baldeação.
Era só o que me faltava.
Uns quilômetros de chão!

Enquanto ando por aqui,
Me pego pensado em ti.
Só quero chegar, beber;
Dos problemas esquecer..
Esquecer,

Do passado, das mortes,
Dos funerais, qu'eu não fui.
Dos choros, das brigas,
Das lutas perdidas.
Da humanidade vendida.

Oh, minha querida..
Que saudades que sinto;
Saudades.

As ruas entorpecidas,
Sem o GPS na mão.
Passeando pelas avenidas,
Sem direção.

Eu bato as cinzas,
Com o vinho na mão.
O vinho barato,
Que traz a solidão.

O que me mata,
É minha imaginação.
Que te traz ao meu lado,
Andando, chão por chão.

Entre os prédios,
Pelas ruas.
Sem amigos.
Solidão.

Oh, solidão..
Eu já me cansei,
De sempre sozinho, ficar.
Ficar por aí,
Sem alguém pra conversar.

Me escrevi pelas calçadas.
Me deixei num bar qualquer.
Me desenhei nos papéis.
Me larguei no rodapé.
Me enterrei na garrafa de uísque.
Ainda assim, eu não saio de mim.

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