quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Onda Poética

outro dia eu
escrevia sobre
amar

hoje eu escrevo
sobre o mar

Como flutuo
Nesses átomos

a vida parece tão superficial
sem você aqui

Ouço a chuva cair
E ouço a chuva molhar
Ouço a chuva sair
Pra dentro desse mar

Ela vem pra limpar
E pra me lembrar
De que um dia
Ela teve
Vida

Ela esteve lá
Quando minha língua se pôs
A dançar
Com a tua

Talvez não era pra ser
E talvez
Só talvez
Eu ainda esteja vivo

Até ontem
Eu era meu inimigo

Mas hoje
Sou meu pior castigo

Sou o que
Me tornei
E o que cultivei

Não nasce nada
Só morrem flores
Que brotam espinhos
Que provocam dores
Sem néctar
Sem pólen
Só horrores

Tu rima
Tão bem
Comigo

Mas a distância
Nos guarda
Nos mantém

Talvez um dia
Eu entenda
Também

Mas por enquanto
Não vivo sem
Alguém
Como você

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