As mãos do tempo
São cruéis
Agora
O futuro se
Desfaz
Na hora
Tudo que parece
Ser
Nunca foi
Me preocupo
Com o que o
Passado
Pode trazer a tona
Choro que ecoa
Pelos corredores
Desse labirinto
De carne
Dores que existem
Para me fazer ansiar
Pelo que pode vir
Dores que me dão
Medo do futuro
Que eu posso estar
A carregar
Os cobertores são gelados
Os cobertores são frios
Os cobertores não me esquentam
Os cobertores são rios
De solidão
Dos desejos
De calor
Temperatura do amor
Jas ausente aqui
Grito é sonho
Mas o caminho ainda é turvo
Quando canto paz
As pedras começam a voar
Tudo parece tão triste...
Tudo parece cair
Ouço gritos de desespero
Daqueles que se perderam no abismo
Olhos grudados nessas telas brilhantes
Trocando intelecto por conexões vibrantes
Eu apenas vejo o cinza
Das ruas
O branco do céu
E o preto
Do semáforo
Dizendo que tudo vai ficar bem
Mas ainda
Não vejo cores
Decido viver como é bom pra mim
Cuidando de quem quer me cuidar
Abraçando quem quer me abraçar
Voando com quem quer voar
Comigo
Mas ainda
Estas são mentes
Longínquas e ausentes
E eu com minha mente
Que mente
Eloquentemente
Pra tentar me fazer
Feliz
Pensando palavras
E distrações
Não das mais belas
Mas das mais realistas
Até como mentiras
"Tudo vai ficar bem"
E quanto mais muda
Mais é a mesma coisa
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