Notas quebradas tocam o som de
Uma melodia distante
Ecos agudos soam gravemente
Como uma aberração irritante
Não há mais para onde fugir
Não há mais como se esconder
Chovem cacos e
estes são vermelhos
angustiadas noites claras
bagunças que não foram resolvidas
o futuro não se decide
Aonde ele vai começar
É aonde tudo isso termina
Pessimismo em simples fluxos
Me atordoam sem viver
Só quero uma vida livre
De todo esse prender
Perdi histórias que
Nunca pude
Terminar
Pelo simples fato
De eu me importar
Se apareço, incomodo
Se sumo, me desloco
Se me escondo, estou fugindo
Se cuido, eu sufoco
Se gosto, eu acredito
Mas se luto, eu sou fraco
Se tento, é porque quero
Mas confuso, eu perco o foco
Se eu agarro, é porque vale
Se eu fico, é porque quero
Se me arrisco, é porque amo
E se eu levanto, depois da queda, é
Porque
Consegue
Me fazer
Ver o arco-íris
Depois de tanta
Chuva
superficial
tudo é tão bobo
tudo é tão perfeito
Que chega
a ser
triste
no outro dia, tomei
meus remédios
no outro dia,
me dediquei ao
futuro
no outro dia
me achei
na névoa
no outro dia
eu pude ver
no escuro
um leve brilho
de luz
no mesmo dia
senti calor
e no mesmo dia
senti frio
Gelo que queima
Fogo que alivia
Todo pesar que eu carrego
Desse fardo tão molhado
E foi-se
E volta
E vai
E volta
E vai
E foi
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