Um dia eu
Andei pensando
O quê as câmeras
Vêem
Outro dia
Eu andei pensando
Quando que ela
Vem
Outra hora
A calçada
Pisou em meus
Pés
E eu senti a terra vibrar
E como processei
Todo aquele cosmo
Foi como a terra
Pesou no plano da
Realidade
Nesse dia cogitei e
Resolvi me florescer
Resolvi me acostumar
Com o peso da gravidade
Resolvi voltar
Aonde tudo começou
Pessoas lendo catálogos
Negociando relacionamentos
Impossíveis
Entre duas metades distantes
Os oceanos se abrem
O dia amanheceu
E eu ainda não dormi
O dia escureceu
E eu esqueci de cantar
O dia tão cerúleo
Ainda assim
É a única coisa com cor
Quanto ao sol
Ainda chove
Ainda chora
Silhuetas
Do vazio
No vazio
Me acostumei a sorrir
Me acostumei a chorar
Me acostumei a aderir
Sempre que as pessoas mudarem
Me acostumei, como de costume
A sofrer por amar
Quando o mar afogar
Quando o ar respirar
Quando o invisível se formar
No vento, no sol
Não disparem
Pergaminho relatam o
Epítome da malevolência
Órgãos pedem por clemência
Mente implora por sanidade
As noites estão mais frias
Por causa da ausência
Do calor da bondade
E eu me acostumando
Como de costume
Ao custo que é
Querer você
Aqui
Tão só com
Os latidos e
Os trens
O motor
Na televisão
E os casais nos filmes
De romance
Na emoção
Tão fora do lugar
Tão centrado no abismo
Ele não gritou de volta pra mim
Eu que gritei de volta pra ele
Eu que desci, que caí
Que flutuei nas nuvens
Como um novo
Horizonte
Ao nascer da alvorada
Tua imagem não se forma
Mais um colchão
Com apenas uma forma
Mais um crepúsculo
Sem uma história
A noite passada
Me fez refém
De longas histórias
Me teve
E me jogou fora
E ela me tem
E não quer saber
E eu fui embora
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