domingo, 15 de outubro de 2017

Um Aonde Cabem Dois

Talvez meus olhos
Não enxergam mais a luz
O contraste das plantas
Já perderam seu verde
Seu mato, sua erva
Sua essência tão
Madura

O chão se desfaz
Some
Se exala
Se consome
Quando caímos em
Um buraco sem fundo
Não sabemos como
Nos levantar

Ou levamos as pedras
Ou as comemos no jantar
Mas o gosto, aquele
Cheiro com aquele
Espelho
Sempre está lá

O devaneio pode ser perigoso
A mente se esconde no poço
De todas as lágrimas
Aquelas que choraram
Por descansar
Num dia, o cinza
No outro, o âmbar
Quem dirá
Despedaçar

Envolver
A beleza da mente te
Faz desenvolver
As estrelas do universo
Os milênios dos avessos

Perdido sem nenhuma mão
Encontro a solidão
E nem ela me quer
Então, em vão
Sigo cantando a canção
Os sons, o conto de ninar
A razão
Que cogita sobre o porquê
Minha cama estar sozinha
No amanhã

Um dia eu encontrarei
Meu sol da manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário