segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Raridade Comum

Eu irei
Esperar até o amanhã
Para dissipar
Meus sentimentos

Todos querem subir
No mesmo trem
E eu não consigo
Pensar
Quando eu quero

A beirada se abismou
Desmoronou
Pra dentro do abismo
Pereceu
E fraquejou

A torre não vê mais o horizonte
A geografia me tem escravo
E a paranóia me tem prisioneiro
De como alcançar o que eu quero
E o que eu quero
É seguir aquele túnel

Eu gosto dos seus cabelos
Eu me perco nas tuas fotos
De cima da ponte
Eu caí
E eu ainda não sei voar
A água me segurou
A correnteza me acorrentou
Mas você é a deusa
Desse dito oceano
Entre as estrelas, me guio
Para tua nascente
Para teu plano

Gerei energia com meu catavento
Pisei nos mármores do seu templo
Caminhei nos zunidos dos teus ventos
Voei de asa delta pelos teu relentos
Me encontrei
Mas me perdi
No seu argumento

Tua dúvida me causa confusão
Distração na equação
Não sei se soma ou não
Não sei se é mais com mais
Ou mais com menos
A menos que nossa divisão
Vire nossa adição

Cansei de calcular os dias
Do calendário e das cartas
O sufoco me têm refém

No catálogo
Você surgiu
Eu olhei
Você me viu
Discuti
Você aderiu
Mas não deixa pistas
Nem digitais
Nem mais
Nem menos
Parece que logo menos
Você vai me fazer
Sofrer

Talvez o dia nasça por nascer
As borboletas na barriga
Voam por voar
Talvez quando a tarde perecer
Você vem de novo
Me encontrar
Talvez e mais talvez
Talvez de vez as vezes
Que eu insisti
O charme
Não se fez
Mas ainda quero
E por um tempo
Vou querer

Entre páginas e pergaminhos
Me perdi lendo o teu

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