As lembranças se quebram
Com um cigarro no cinzeiro
Um cenário imaginário que flutua
Como uma alucinação
Ou um cheiro
Ou um travesseiro
São com passos vazios
Que eu escrevo meus caminhos
Com armas pontudas
Que eu corto cada vista que eu não gosto
Com um sentimento tão nublado
E um vinho barato
E um cigarro apagado
Sentindo a chuva cair, e meu corpo subir
O fedor
Da jaqueta de couro
E a blusa de banda
E a calça rasgada
E o tênis esburacado
Faróis já são pontos bem pontiagudos
Através das lentes da armação
Pessoas
Conversas
E a transa
Que me passa pela cabeça
E a fumaça do tabaco que sobe pelo meu nariz
E o filtro amarelado que polui os meus dedos
Já; e goleando a garrafa que queima a garganta
Já me passou o sentimento de solidão
Já entrou;
e saiu
Eu lembro de ver os mesmos rostos
De sentir os mesmos gostos
E senti novamente, a vontade de gritar
A noite boêmia que consumia a cada segundo
Uma parte a mais do meu cérebro
Da minha mente, que enlouquecia
Meu inconsciente já percebia
Que a cada pingo que caía
A cada gota que subia
A cada partícula de etanol que eu ingeria
Era pra mais soberania
Pra mais alegria
E mais ousadia
E mais gritaria
Os pensamentos solitários me infestavam
As pessoas totalitárias me comandavam
E eu me prendia
Me rendia
Me sofria
Me perdia
Em total desilusão
E eu via as mascaras cair
E todas tombaram ao chão
E todas tombarão
Quando o ego descer
Do seu pico de alusão
A noite me arrependeu
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