"Erlebnisse: as experiências positivas e/ou negativas que sentimos profundamente e que, através dessas, vivemos." Gosto de escrever meus pensamentos e sentimentos em forma de poema. Não sou o melhor escritor do mundo, nem pretendo ser, mas metáforas são lindas e são uma boa forma que eu encontrei pra me expressar. Bem vindos:
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Contradição Repetida
Andando apenas em pisos falsos, nos quais me perco completamente. Esses corredores tortos, essas pessoas por aí. Pretenda por um momento estar feliz, imagine por um dia estar bem, não é assim que desejas ficar para sempre?
Como todas as vagas desilusões passam pela rua, acenando. Como todas as gotas da chuva molham as silhuetas com sua forma. Como todos os gigantes pilares tem seu rosto, como todos os rádios tem sua voz. Como todo mundo fala você, como sempre ouço os sussurros de seu nome; súbitos. Os dias são negros, e as nuvens são sempre cinzas. O céu já não é mais azul, a aurora se quebrou e partiu. Estou procurando o cais da vida a muito tempo. Não encontro aonde soltar a âncora deste barco, não encontro aonde aterrissar minha mente. O nascer do dia decide quem eu sou, no cair da noite dorme o meu sonho absoluto. Entre essas agoniantes quatro paredes ecoam meus gritos, entre os espelhos percorrem minha face, e entre os cacos correm meus pensamentos.
Como tiro esses pesos de minhas costas? Como me livro do peso dessa solidão? Da escória dessa culpa? O silêncio das pedras batendo nas janelas, a barulhenta chuva caindo ao chão. O lúgubre gradiente do amanhã, que esvaece no horizonte, me deixando só.
Ouça as gotas, os gritos, o fim, o além.
O passado me faz companhia, e o futuro me deixa só.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Tempo Turvo
Meu copo esta vazio
E eu passo frio
A solidez da solidão
Os riscos no metal
Encravados na minha mente
Pesa com todo o meu ser
Os riscos chuviscando
Ofuscando o meu dever
Procrastinação
Inércia em ação
Parado no chão
Apagando sem razão
Que paga visita em meu ser
Sustentando o meu querer
De vitórias escapadas
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Milonga Mentirosa
O que isso me traz?
Precisamente indecisas.
Esses caminhos que me cercam..
Exagero do viver.
Soltando por lágrimas,
Eternamente desabando,
Viver sentindo demais,
A paz se anula,
Pendura na gravura,
O que sai do impossível,
Capaz de desabar,
No pico da vida,
E nesse barco que estou,
nessa inércia assustadora!
Inércia maldita,
A mentira que ataca,
O irreal me atacou,
Notas Mortais
Rascunhos e tintas postos sobre a mesa. A chuva cai, exonerando as impurezas que pesam em mim. O fogo que aquece a minha alma agora é cego. Olho para cima, vejo o eterno vácuo lagrimejando e soluçando. Nesse canto escuro, os vultos me atormentam e fazem horripilantes expressões em suas máscaras de metal, momentaneamente voando pelo negro e irrespirável ar que mata meus pulmões, e drena minha sanidade. Oh, mundo. Oh vida. Ouça as fúnebres melodias volitando pela solidão que cerca o meu ser. A figura negra, corrompida e desfigurada que sorri para mim, no outro canto da rua. O caminho a minha frente esvaece a cada passo que tomo, em direção do que, para mim, aparenta ser verdade. Ouço os passos perturbantes me seguindo. Foco na sombra, e identifico a Morte atrás de mim, tocando sua doce harpa que me faz lúcido. Essas luzes no horizonte, foscas pela água do céu; essas tristes e assustadas faces, voando pelo além. Hoje fui a vítima, hoje vivo. Porém hoje estou só.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Turva Solidão
Vitória da vida
Agora
Viva
Vivendo o grito
Distante
Arbítrio
Errante
Vivendo o ser
O amar
O ver
O mar
O querer
Do poder
O falhar
O viver
Venceu o caminho
Atacou a pedra
Pra longe de si
Agora não quebra
Travou as brigas
Entrou em cavernas
Memórias antigas
Venceu todas elas
Agora sentado em seu trono
Vivendo feliz para sempre
Existe uma batalha
Que ainda assola sua mente
A batalha do luto
A batalha do amor
A batalha infeliz
A batalha do rancor
Intrépido suspiro
Poderosas bigornas
Que caem do céu
Como espinhos d'uma rosa
Sua cabeça agora pesa
Ponderando o além
Sua mente agora cansa,
o passado agora canta
O mate que faz bem
Turva solidão
Distante abrigo
Distraída salvação
Game over, meu amigo.
Presságio Angustiante
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Lamento Vazio
Eu poderia parar de mentir para os espelhos, para os relógios. Eu poderia.
Eu poderia me esforçar mais, eu poderia ir atrás; a pé, mas eu irei.
Apenas por um momento, eu pude sentir a felicidade. Eu pude sentir o real me tocar, eu pude sentir o sangue fluir, o coração bater, a mente pensar; por você. Como o feixe de luz que me fez acordar, como o frio das sombras que se fez sentir, como o triste viveu feliz para sempre.
Agora, o que era vivo, foi-se. Vejo ali a vida escrevendo meu nome na lápide, enquanto ando por esses frios lugares, onde a terra não se sente, onde as nuvens são de metal, onde as pontes não existem, onde os trens descarrilham.
Maçanetas invisíveis do tempo; portas abertas do passado.
Tentação Súbita
Nunca pôde ver meus sinais? Nunca pode ver meus olhares? Os olhares que eu trocava contigo?
Depois do coma você ainda volta para me visitar, me dando flores e chocolates, como se a tempestade já tivesse passado. Não passou.
sábado, 5 de outubro de 2013
Chuva Viva
Caindo no vazio; alto.
Ali no fundo descansa a luz que me salva. Salvaria. Salvará.
Ouça a chuva caindo, o grito súbito.
Lençóis, despido, direita trêmula. Convulsão.
Água em seu rosto, pare. Não, emergência.
Corra, o tempo cai sobre meus ombros; sobre meu tempo cai o tempo. Cheguei, sentei. Amigo ao lado, tia a frente. Esperar, esperar, esperar.. Internado.
Chuva, chuva chuva; dia negro.
(Como vim parar aqui? Aonde estou? Escadas e escadas, portas e portas. A Silhueta Negra me persegue, corra! Entre aqui, entre aqui, suba aqui! Correr, correr! Corredores e mais corredores! Tenho filhos, tenho esposa, tenho vida, não desista de lutar! Oh não.. oh não! Me poupe! Veja meus problemas! Veja minha sabedoria, observe minha ampulheta! Não mereço isso. Não merecemos isso, não quero isso! Não é assim que acaba!)
Pesadelo, fome, vista turva e negra da silhueta na porta do quarto, que trás más notícias.
Chuva, família, amigos. Cadê meu adeus?
Se foi, acabou. Estou sozinho. Alguém.. quem? inofensivo, burro, inválido, apagado, sem sentido, vulgar, chulo, dramático, depressivo, despedaçado, idiota, sem valor, estúpido, sem cor.
Pra onde vou, quem me guia? Aonde estou, é real?
Lutar, que forças? Vencer, que guerra?
Tchau, adiante funeral.
Choro, segurar o nosso.
Imagem fria, imóvel... agora pintada em minha mente.
Céu; sua crença, não? Chova..
Cade você? Aonde vou, como te encontro?
Chova, chuva minha.
Chova, chuva viva.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
A Vislumbre Mentira
Impossível, o impossível me abateu. Lembro-me de andar pela ponte que me levava ao meu destino, e que ao lado dessa ponte estava, por um tempo, o objetivo do meu coração. Lembro de esperar meu vício chegar enquanto encostava na cerca me deparando com figuras desconhecidas -algumas medonhas- que passavam ao meu lado; iam e voltavam, iam e voltavam. Ficando ali naquele lugar me fazia refletir sobre as engrenagens que giram a roda do tempo, sobre as mãos que movem a vida, sobre as pernas que caminham o mundo; tudo corria pela minha mente pra frente e pra trás, atrás de um cigarro. Ali, os braços do tempo já quebravam a hora, os braços que faziam eu me mover, momentaneamente. Degraus e mais degraus, suor e mais suor, tudo dentro d'uma camisa do Megadeth e d'uma jaqueta de couro. Incrível como eram os sentimentos que me despertavam na realidade, sentimentos bons e seguros. Foi em um piscar de olhos em que eu consegui desatar o nó que você tinha atrás da cabeça, e então, pude ver sua máscara cair aos meus pés; e você momentaneamente esfaqueando meu coração. Momentaneamente o gradiente da vida me leva para longe de mim. Momentaneamente.