Rascunhos e tintas postos sobre a mesa. A chuva cai, exonerando as impurezas que pesam em mim. O fogo que aquece a minha alma agora é cego. Olho para cima, vejo o eterno vácuo lagrimejando e soluçando. Nesse canto escuro, os vultos me atormentam e fazem horripilantes expressões em suas máscaras de metal, momentaneamente voando pelo negro e irrespirável ar que mata meus pulmões, e drena minha sanidade. Oh, mundo. Oh vida. Ouça as fúnebres melodias volitando pela solidão que cerca o meu ser. A figura negra, corrompida e desfigurada que sorri para mim, no outro canto da rua. O caminho a minha frente esvaece a cada passo que tomo, em direção do que, para mim, aparenta ser verdade. Ouço os passos perturbantes me seguindo. Foco na sombra, e identifico a Morte atrás de mim, tocando sua doce harpa que me faz lúcido. Essas luzes no horizonte, foscas pela água do céu; essas tristes e assustadas faces, voando pelo além. Hoje fui a vítima, hoje vivo. Porém hoje estou só.
Só.
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